2004-07-11

Comprei um Sgt. Peppers quinta passada num sebo. 10 conto. Veio com o encarte perfeito com o bigode e as divisas para recortar. Aqui no Brasil era estranho por causa da ditadura militar. É uma de minhas lembranças da infância mais nítidas: Meu primo me diz que comprou um disco para minha irmã de presente de aniversário. Insisti com ele para dizer qual disco era, enquanto atravessávamos um terreno baldio onde hoje é a Avenida Tatuapé, mas naquela época costumava alojar circos. Ele disse que de jeito nenhum diria, pois estragaria a surpresa. Com os poderes de meus 10 anos tinindo olhei para ele e disse: É o Sgt. Peppers! Foi tão exato que ele não pode dizer nada, senão me xingar.
Fiquei com o disco, aproveitando alguma mudança, por uns 20 anos até minha sobrinha Carol, no começo desse ano, resgatar a relíquia de sua mãe de volta.
Claro que eu tinha outro, mas não era o original completo como este que comprei quinta. A Eunice acha que o Paul morreu mesmo e puseram um sósia careta no lugar dele. Hoje na Kiss ouvimos Eight Days a Week e ela disse que era o Paul verdadeiro, ainda, cantando. Creio que, seguindo sua teoria, o John não teria segurado a onda do impostor querer mandar no grupo e por isso o sonho acabou. Perguntei se ela concordava também com a teoria de que Jorge Luis Borges era um personagem criado por Adolfo Bioy Casares. Ela disse que não, pois tinha assistido uma entrevista com o Borges pouco antes dele morrer e que ele era realmente muito inteligente. Ponderei que, segundo a tal teoria, Borges existiria de fato, porém era um ator que interpretava um personagem. Muito inteligente para um ator, ela completou.