2003-09-14

A palavra pessoa provém do latim per + sonare, que significa ressoar, fazer eco. Com efeito, persona era uma espécie de máscara que os antigos atores teatrais, em Roma, utilizavam durante a representação, a fim de que sua voz ou a da personagem fosse reconhecida. A máscara, munida de lâminas de metal, fazia com que a voz do ator ressoasse cristalinamente nos vastos anfiteatros...
Em grego, prosopa era tal máscara, logo importada pelos romanos, dotada, como vimos, de especial efeito acústico e, daí, o prefixo de superlatividade "per", apenso a "sonare", como em "permagnus", "perfectus", "perparvus" etc.
Entretanto, há quem discorde disso tudo. No Archiv für Lateinische Lexicographie, Skutsch, confirmando o que dissera o especialista Deecke, em seus Etruskische Forschungen und Studien, afirma que a etimologia da palavra é a forma etrusca "phersu", que aparece em duas inscrições alusivas a pessoas mascaradas, encontradas na Aquiléia, inscrições essas registradas no quinto volume do monumental Codex Inscriptionum Latinarum, sob nº 1.130.
A evolução do termo seria, então, a seguinte: "phersu" ou "perso" + "onis" (máscara), "personare" (mascarar) e "persona" (figura mascarada).
Para outros, ainda, o termo provém da raiz indo-européia "perk" (envolver), que daria "compesco + cere" (de comparc + sco), em latim antigo "comperce".
É claro que a voz do deus Marte não poderia soar como a voz de uma donzela; daí a necessidade de uma máscara para cada papel...
Com o tempo, a palavra "persona" passaria a designar o próprio papel representado pelo ator; e como cada pessoa representa um ou vários papéis nesta vida, o vocábulo passou a designar o próprio ser humano. Daí foi apenas um passo para a adoção, pela Sociologia moderna, de expressões como status e papel.
Camilian (num forum de discussão...)