2003-10-07

Qual seta translúcida cinge os ares televisivos a fina parábola da crítica venusta.
Do romantismo da vênus platinada pelos anos de chumbo nasce o parlatório de final de bloco, iluminado pelas luzes pseudo-poéticas da retórica de jogral.
Da necessidade fez-se o drama, inócuo e brando como a bruma.
E fez-se o discurso de final de curso, a redação de colegial e a filosofia de outdoor que inunda até a repetição dos gols da segunda divisão do Esporte Espetacular.
Hoje Glendas, Milenas e Biais flutuam no universo paralelo da condescendente obviedade das rimas infames e prováveis do português mal escrito oriundo do mau gosto erudito.
A total unanimidade do pleonasmo pleno extravasa a concorrência aberta e permeia também os cabos dos canais de esporte por assinatura. Porém não se engane, leitor, com a adulação e a permissividade: Armando Nogueira (ex-diretor de jornalismo da globo: debate Lula-Collor, lembram?) é um receptáculo de material resistente, e por vezes impermeável, usado em viagens cuja extremidade superior carece de asa, argola ou asselha para carregar. E, como a maioria dos funcionários de carreira, não sabe nada de bola.