Incomodam-me esses pais babões. Lamber a cria é uma coisa que deveria ser feita reservadamente. Assim como aqueles casais que ficam - em público - se comunicando como gente especial (ou falando que nem retardado, no português castiço). Há poucos dias, num recital no Centro Cultural São Paulo, um desses torturou a audiência, as musicistas e seu próprio herdeiro insistindo em permanecer na primeira fila com uma chorosa criança mimada no colo. Isso depois de um segurança adverti-lo de que a criança não poderia ficar zanzando pela platéia. A única e, certamente, a melhor definição para esses pais que nos impõem a chatice de seus rebentos - acreditando que todos deveriam idolatrar seus genes em desfile - foi dada por Jerry Seinfeld:
- Alguns pais expressam aquela superioridade de quem pensa que não precisa de ninguém, que são socialmente auto-suficientes. Parecem dizer "eu não preciso de vocês, eu faço minha própria gente!".
Minha geração levou uns tabefes quando criança e - talvez por isso - cria seus filhos no espírito do "não pode reprimir". As crianças são bastante comunicativas. A questão sobre onde começam e quando terminam as liberdades é sempre complexa. Muitas vezes surpreendente.
Uma vez, num restaurante, com um casal de amigos, notei que a filhinha deles agüentou ficar apenas dois minutos em nossa mesa. Partiu em peregrinação pela cantina. Depois de um tempo para chegar a cerveja e continuar a conversa, percebi que eles estavam de costas para os acontecimentos. Em dado momento alertei-os para fato de que a menina estava já se servindo de um prato de um indefeso jovem casal.
- Pssiu, me disseram. Não dá bandeira que ela é nossa. O segredo é ninguém saber quem são os pais. Assim todo mundo toma conta, a gente come sossegado e ninguém olha feio.
- Alguns pais expressam aquela superioridade de quem pensa que não precisa de ninguém, que são socialmente auto-suficientes. Parecem dizer "eu não preciso de vocês, eu faço minha própria gente!".
Minha geração levou uns tabefes quando criança e - talvez por isso - cria seus filhos no espírito do "não pode reprimir". As crianças são bastante comunicativas. A questão sobre onde começam e quando terminam as liberdades é sempre complexa. Muitas vezes surpreendente.
Uma vez, num restaurante, com um casal de amigos, notei que a filhinha deles agüentou ficar apenas dois minutos em nossa mesa. Partiu em peregrinação pela cantina. Depois de um tempo para chegar a cerveja e continuar a conversa, percebi que eles estavam de costas para os acontecimentos. Em dado momento alertei-os para fato de que a menina estava já se servindo de um prato de um indefeso jovem casal.
- Pssiu, me disseram. Não dá bandeira que ela é nossa. O segredo é ninguém saber quem são os pais. Assim todo mundo toma conta, a gente come sossegado e ninguém olha feio.
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