2005-11-21

Certamente já ocorreu com alguns de vocês, leitores, de se verem numa situação singular: você viaja no meio da conversa e a pessoa que desabafava para você, um assunto que só interessava a ela, de súbito pergunta sua opinião.
Sem saber absolutamente do que se trata, e sem poder admitir que pensava na moça da mesa ao lado, você de repente está numa sinuca-de-bico. Até outro dia esta era uma situação sem solução, até que meu amigo Neemias, de Natal, grande saxofonista, deu-me a solução.: um par de expressões-locuções que é uma verdadeira panacéia milagrosa. Anote a receita:
Você levanta os olhos, não como se acordasse de um devaneio, mas emergisse de profunda reflexão e diz:
- Que qui é isso?!?
(faz uma pequena pausa e continua resignado)
- Pode crer...

2005-11-15

To: leitor@uol.com.br
> Sent: Sunday, November 13, 2005 1:38 AM
> Subject: Fw: O Gordo e o Magro
>>>>>> O artigo do Dr. Drauzio Varella “O Gordo e o Magro” – Ilustrada E 15, de 12/11 –, ao abordar assunto tão relevante, estabelece um viés de lógica ao mesmo tempo dispensável e inoportuno: segundo o artigo, de abordagem simplista, os obesos são obesos porque têm propensão genética para isso, assim como os magros têm para ser magros. Se, por um lado, pretende desvincular dos obesos a pecha de indolência e falta de vontade, por outro perpetua o preconceito estético e moral ao aconselhar que, quando estivermos em alguma churrascaria, “observemos como os olhos dos gordinhos brilham diante dos espetos.” O artigo, através desse empirismo barato, ignora a brutal propaganda e cruel disponibilidade de alimentos ruins e saturados de gorduras e açúcares dirigida a nossas crianças e à população de baixa renda, por exemplo, e com total conivência dos órgãos da saúde pública. O que não está em seu artigo é que hoje a população, com maior ou menor propensão genética à obesidade, alimenta-se muito mal.

Um artigo escrito por profissional da saúde, mesmo num caderno de cultura, deveria fazer mais do que alardear os progressos científicos da medicina e recomendar visitas a churrascarias. Sua lógica rasteira e superficial é um acinte aos seus próprios colegas e à sua tão nobre profissão.

Não sou médico, sou músico, mas sei que uma boa educação alimentar é a base para uma vida saudável. A afirmação do Dr. Drauzio, transposta para minha área profissional, seria semelhante a um crítico de música afirmar publicamente que hoje se ouve tanta música ruim porque temos mais compositores ruins do que bons...