2003-12-25

E Cristo disse a seus apóstolos:
- João, segure minha mão.
- Pedro, beije o anel em meu dedo.
- Nicolau, quo vadis?

2003-12-17

Começo de ensaio, baterista e baixista já haviam sumido e reaparecido duas vezes. Quase tudo pronto, o som passado. Músico tem a capacidade de dispersão proporcional à de concentração. Ossos do ofício. Magra como uma equilibrista, a flautista desvia-se da tralha da percussão, flauta em punho em direção ao seu microfone. Usa uma roupinha colorida, com faixas transversais em azul claro, vermelho, verde e cinza. Dentro de cada uma delas “zes” serrilhados em branco e tons vizinhos. O percussionista em posição de lótus acompanha, de baixo para cima, o repentino silêncio que envolve a manobra e sussurra:
- Ei, você esqueceu de sintonizar sua camiseta hoje.

2003-12-16

Olhem como se ganha dinheiro com a ingenuidade dos outros:
O Jogo do Eu!
Você pode jogar sozinho, a dois ou em grupo.
São 60 cartas, com vários exercícios do tipo: abrace três pessoas, fique só (com você mesmo) e descubra se você gosta de sua própria companhia (!). O pior é que eu não estou inventando, é sério. Visite o site e se esborrache de rir.
Clique no slogan:
O jogo do Eu – um jogo de autoconhecimento !

2003-12-14

Frases reveladoras:

A futura ex-sogra do Guilherme, ante a iminente boda de sua filha - grávida - com o próprio, mandou essa:

"Melhor se fosse uma prostituta digna do que casar com esse cafajeste."

2003-12-13

Frases reveladoras:

De Celso Sim, sobre Caetano Veloso, que ficou de entregar uma música para o seguimento de "Os Sertões", mas não conseguiu.

"Ele acorda às 16h e tem psicanálise às 17h"

OS SERTÕES - O HOMEM - DA REVOLTA AO TRANS-HOMEM - Peça do grupo Oficina Uzyna Uzona. Onde: Teatro Oficina (r. Jaceguai, 520, SP, tel. 0/ xx/11/3106-2818). Quando: dias 13, 14, 20, 21 e 23 de dezembro, às 18h. Quanto: R$ 20 (com meia entrada promocional).
A Gula Terapêutica


"O emocionalismo é a prática cultural que incentiva a expressão de afetos privados em público. Os indivíduos, na ausência de paixões ideológicas, encontraram nas confissões emocionais a céu aberto um sucedâneo tosco e precário dos clássicos vínculos de cidadania. O espaço público foi, assim, parasitado pelas idiossincrasias emocionais das celebridades ou "pessoas comuns", e, os sujeitos, levados a se reconhecerem mutuamente, não como cidadãos, mas como membros da confraria dos heróis do coração. (...) a exibição grotesca e despudorada da intimidade não indica coragem ou vontade de verdade, mas auto-indulgência e servilismo consentido. " (leia a íntegra)
Este artigo, que vi hoje, corrobora meu post anterior - sincronicidade, diria o outro-.
Isso sem falar no Adão da hora:

2003-12-12

Incomodam-me esses pais babões. Lamber a cria é uma coisa que deveria ser feita reservadamente. Assim como aqueles casais que ficam - em público - se comunicando como gente especial (ou falando que nem retardado, no português castiço). Há poucos dias, num recital no Centro Cultural São Paulo, um desses torturou a audiência, as musicistas e seu próprio herdeiro insistindo em permanecer na primeira fila com uma chorosa criança mimada no colo. Isso depois de um segurança adverti-lo de que a criança não poderia ficar zanzando pela platéia. A única e, certamente, a melhor definição para esses pais que nos impõem a chatice de seus rebentos - acreditando que todos deveriam idolatrar seus genes em desfile - foi dada por Jerry Seinfeld:
- Alguns pais expressam aquela superioridade de quem pensa que não precisa de ninguém, que são socialmente auto-suficientes. Parecem dizer "eu não preciso de vocês, eu faço minha própria gente!".

Minha geração levou uns tabefes quando criança e - talvez por isso - cria seus filhos no espírito do "não pode reprimir". As crianças são bastante comunicativas. A questão sobre onde começam e quando terminam as liberdades é sempre complexa. Muitas vezes surpreendente.
Uma vez, num restaurante, com um casal de amigos, notei que a filhinha deles agüentou ficar apenas dois minutos em nossa mesa. Partiu em peregrinação pela cantina. Depois de um tempo para chegar a cerveja e continuar a conversa, percebi que eles estavam de costas para os acontecimentos. Em dado momento alertei-os para fato de que a menina estava já se servindo de um prato de um indefeso jovem casal.
- Pssiu, me disseram. Não dá bandeira que ela é nossa. O segredo é ninguém saber quem são os pais. Assim todo mundo toma conta, a gente come sossegado e ninguém olha feio.

2003-12-10

Folha
Os acusados de obrigar os jovens a saltar são três skinheads, tribo que se inspirou no ideal europeu dos nacionalistas. O grupo é conhecido pela intolerância em relação a nordestinos, negros, homossexuais e punks e pela violência.